14.8.21

Vida pós-confinamento

- Desce? Pergunto, ao abrir-se a porta do elevador. 

Prisioneiro liberto. Como no mito da caverna, entre sombras e perspectivas, um novo mundo descortina-se aos olhos de minha irrelevância, na justa medida de minha insignificância, da qual tinha perdido a consciência.

Numa nova relação tempo-espaço, vivo(,) em estado de contemplação, um ciclo de (in)tensa quietude. Com tempo, contemplo. Reflito sobre meu reflexo e reflito em minha reflexão.

Como no Big Bang, passo do átomo ao cosmos, do infinitésimo ao infinito, do enquadramento ao céu aberto, do ponto ao universo em expansão. 

Num novo nível de consciência, refuto pensamentos negativos, busco respostas libertadoras, elucido mistérios não revelados.

- Sobe? Pergunto ao retornar. Meu corpo sobe no elevador. Meu espírito já se encontra elevado.