Em setembro do ano passado, escrevi, neste blog, um texto (“Uma vez outra vez”) sobre a compositora Isolda, seu irmão Milton Carlos e sua canção “Outra vez”, a qual afirmei, na ocasião, ter sido feita dela pra ele, que acabara de falecer. Tal texto recebeu um comentário afirmando que a versão do livro "Roberto Carlos em Detalhes" sobre essa música era diferente da que eu relatava e perguntando qual das duas versões era a correta (confirmei que o livro realmente afirma, em detalhes, que a canção teria sido feita para um ex-namorado da compositora).
Essa pergunta ficou sem resposta (pro leitor e pra mim mesmo) por um bom tempo, pois o que eu relatava no texto era baseado apenas em informações que circulavam na época em que a música foi gravada por Roberto Carlos, quando eu ainda era criança, as quais, portanto, dificilmente poderiam ser comprovadas. Tanto que, logo que comecei a escrever o texto e, portanto, antes mesmo da indagação do leitor, eu já vinha tentando encontrar algum artigo ou informação confiável que ratificasse a versão por mim conhecida, sem êxito. Confiei, então, apenas na minha memória dos fatos e num comentário que encontrei no site oficial de Isolda - o qual consultei e citei ao escrever o texto – que, se não confirmava, era um indício de que a canção poderia, realmente, ter sido feita para seu irmão.
Mais adiante, quando soube dessa outra versão publicada no livro de Paulo César Araújo, por meio do comentário do leitor ao que escrevi, até passei a achar que poderia mesmo ter me equivocado, afinal não deveria comparar a intensidade da pesquisa feita pelo autor do livro com observações captadas por uma criança, observadora, sobretudo em assuntos musicais, mas criança. A única maneira de me certificar, então, seria encontrar depoimentos ou comentários da própria Isolda, em algum site, mas consegui algo ainda melhor...
Após mandar mensagem para a compositora, pedindo que esclarecesse a questão e prontificando-me a corrigir a informação caso estivesse equivocado, não esperando resposta, tive a grata surpresa de receber sua ilustre e gentil visita neste blog, comentando exatamente esse texto que escrevi sobre ela, bem como ratificando minha versão dos fatos, algo, pra mim, gratificante, enriquecedor e de valor pessoal e musical histórico.
Além de se mostrar esclarecedor em relação à música, seu comentário deixa claro que, como Roberto Carlos, ela não está satisfeita nem com o livro nem com seu autor, o que é compreensível, ainda que, do lado de cá do palco, olhando por outro ângulo e baseados apenas nas informações que recebemos, tendamos a ver P. C. Araújo mais como um fã de Roberto do que como um aproveitador.
Isolda ainda reforçou, por e-mail, o comentário em que confirmou a minha versão dos fatos e fez, também, uma ressalva quanto a sua idade: ela nasceu em 1959, não tendo ainda, portanto, 50 anos, ao contrário do que afirmei no texto, baseado em informação obtida em sua página no dicionário Cravo Albin de MPB. Não fosse ela a informante, seria difícil, ainda que louvável, imaginá-la começando a carreira ainda mais cedo. Pra completar, em seu blog, Isolda ainda fez boas e generosas referências e recomendações ao meu, no texto “Um blog que vale a pena”. Muitas emoções...
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